terça-feira, 29 de março de 2011

Bartleby


O Comilão acaba de ler Bartleby, de Herman Melville, o autor de Moby Dick. É um livro estranho e kafkiano, uma terrível história de solidão no meio da grande metrópole. Encontra-se escrito com uma aparente ingenuidade que nos deixa desconcertados, tal como a atitude de Bartleby nos deixa desconcertados, inspirando ao mesmo tempo piedade e irritação: o que fazer com uma pessoa destas, que apesar de se encontrar numa situação de dependência se recusa teimosamente, e até com uma ponta de sobranceria, a fazer o que lhe pedem? Bartleby é também um 'livro de escritores': o ofício de escrivão coloca questões sobre a verdade, o rigor e a utilidade da escrita. Aqui fica um dos excertos favoritos do Comilão:


«Ah! A felicidade busca a luz, e por isso pensamos que o mundo é alegre; mas a infelicidade esconde-se na distância, e por isso pensamos que ela não existe» pág. 43


P.S. A edição da Assírio (colecção Gato Maltês), além de bonita, conta com uma tradução cuidada, daquelas em que se pode confiar

Sem comentários:

Enviar um comentário