quarta-feira, 25 de março de 2015

Huizinga, Homo Ludens


Há dias estive na Book House, no Saldanha Residence, uma  livraria que gosto sempre de visitar porque tem excelentes livros brasileiros de História, Filosofia e Ensaio (nomeadamente da Companhia das Letras) que não se encontram noutros sítios. Nessa última visita vi uma série de títulos que me interessaram - neste último dia do pai recebi um deles, Homo Ludens, de Johan Huizinga, autor do qual já possuía uma biografia do seu compatriota Erasmo de Roterdão e o clássico L'Automne du Moyen Âge.

O livro pertence à colecção 'Estudos' da editora Perspectiva, que tanto aprecio: temas interessantes de humanidades, capas simples (brancas, pretas e amarelas), formato sobre o comprido.

Esta obra em particular trata, como o nome indica, do jogo como algo fundamental da natureza humana (mas não apenas, uma vez que os animais também brincam), sem adoptar um prisma utilitarista de certas correntes, segundo as quais o jogo serve para treinar, para aprender, etc. Ao estudar o significado da palavra em várias línguas, o autor vai revelando as suas conotações sagradas e religiosas.

Agora um excerto:

«Tal como não há diferença formal entre o jogo e o culto, do mesmo modo o 'lugar sagrado' não pode ser formalmente distinguido do terreno de jogo. A arena, a mesa de jogo, o círculo mágico, o templo, o palco, a tela, o campo de ténis, o tribunal, etc., têm todos a forma e a função de terrenos de jogo, isto é, lugares proibidos, isolados, fechados, sagrados, em cujo interior se respeitam determinadas regras. Todos eles são mundos temporários dentro do mundo habitual, dedicados à prática de uma actividade especial». p. 13

Johan Huizinga
Homo Ludens
Perspectiva, 2007
243 p.
(o exemplar da foto não é o meu)

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