quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Thomas Struth

Parágrafo do artigo 'Thomas Struth: Style Without Style', de Jana Prikryl na NYRB:

«Struth começou a pintar na Academia de Arte de Düsseldorf no final da década de 1970 mas rapidamente passou para a fotografia e, a conselho de Gerhard Richter, estudou com o casal de fotógrafos Bernd e Hilla Becher. Sem dúvida influenciado pela extensa série de centrais de carvão e outros elefantes brancos da arquitectura industrial negligenciados, Struth começou a fotografar paisagens de rua rigorosamente compostas, a preto e branco, sempre do mesmo ponto de vista simétrico a meio da rua, em olhando em direcção ao ponto de fuga e de manhã bem cedo, de forma a o cenário estar deserto».


Museu do Prado, 2005

Struth é conhecido pelas suas fotos de pequenas multidões nos principais museus do mundo. Acerca delas, Prikryl escreve: «As fotografias sugerem com frequência analogias entre as posturas ou agrupamentos das pessoas que observam e as obras de arte que são observadas; é como se o olhar da apreciação estética fosse o próprio tema da fotografia»


Agora nas palavras do próprio fotógrafo: «Comecei a tirar fotografias de pessoas em museus no início da década de 1990. Fui ao Prado em Madrid e fiquei boquiaberto com uma pintura em particular, Las Meninas, de Velásquez. Estava tão perto dos meus próprios interesses. Pensei: "Meu Deus, porque é que ninguém me falou disto?". E no entanto só a fotografei em 2005. Não sei porquê.
Quando voltei a ela, marcou um momento de evolução para mim. Decidi que tinha de tentar algo diferente: tinha de me misturar no grupo de espectadores, criando uma maior intimidade entre as pessoas que olhavam para a pintura e as representadas nela.
Trabalhei durante sete dias, oito horas por dia, e notei que os grupos de escolas se punham tão perto do quadro que quase lhe tocavam com os cotovelos. Gosto dos dois tipos (à esquerda) nesta imagem que parecem muito cépticos em relação ao que o guia lhes está a dizer sobre a pintura. Acho isso engraçado. Evidentemente, eles desconfiam da situação. Talvez preferissem estar a beber uma cerveja» (Entrevista a Leo Benedictus, Guardian)

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