quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pesa-papéis: um golpe de sorte


Não sei qual será o motivo para os bibliófilos serem também amiúde apreciadores de pesa-papéis (e não pisa-papéis, como tantas vezes se ouve). O Comilão adquiriu o seu pesa-papéis favorito (e único da sua colecção) em Washigton D.C., no National Air and Space Museum, do Smithsonian, o museu mais visitado do mundo. Tinha visto um idêntico (não igual, pois é artesanal) em Nova Iorque, mas era demasiado caro (100 ou 120 dólares). Depois o Comilão arrependeu-se e andou o resto dessa viagem à procura. Desconhecia que tínhamos encontro marcado para o último dia, na loja do dito museu. Representa o planeta Marte, com o seu leque incrível de tons vermelhos.

Após ter lido um ensaio delicioso de Capote sobre pesa-papéis, descrevendo a sua visita a Colette (que lhe ofereceu um exemplar precioso), ela sim coleccionadora e connoisseuse (será assim que se diz?), o Comilão quis saber um pouco mais sobre o assunto. E foi à livraria Férin, na Rua Nova do Almada, que costuma ter livros sobre estes assuntos muito específicos, à procura de uma obra sobre o tema. O empregado não encontrou nada. Uns tempos depois, ao remexer na estante dos saldos daquela livraria, o Comilão encontrou a obra acima ilustrada. E adquiriu-a por 20 €. Um golpe de sorte. Explicação: o empregado não tinha encontrado nada porque só procurara livros em francês. Felizmente, pois em contrário o Comilão teria tido de desembolsar uma bela maquia.

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