segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Brevíssima história da Guerra da Coreia

Capa da Time dedicada ao general Curtis LeMay


"Apenas cinco anos após a abissal destruição de Hiroxima e Nagasáqui, MacArthur sugeriu seriamente a ideia de largar uma bomba nuclear na Coreia do Norte.
A opção nuclear foi rapidamente posta de parte. Mas os Estados Unidos adotaram uma abordagem literal de terra queimada com bombas convencionais, largando 635 mil toneladas na metade norte da península, mais do que as 504 mil toneladas utilizadas em todo o teatro de operações do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. Estas incluíram 200 mil bombas largadas em Pyongyang, uma por cada cidadão da capital.
Curtis LeMay, chefe do comando aéreo estratégico dos Estados Unidos [em quem se inspirou o Dr. Strangelove de Kubrick], afirmou que «arrasaram todas as cidades da Coreia do Norte». Quando já restavam poucos alvos urbanos, os bombardeiros norte-americanos destruíram barragens hidroelétricas e de irrigação, inundando terras de lavoura e destruindo colheitas. A força aérea queixou-se de que já não tinha alvos para bombardear. Depois da guerra, os soviéticos concluíram que 85% de todas as estruturas do Norte haviam sido destruídas
No fim da guerra [da Coreia], de acordo com os historiadores, quae três milhões de coreanos (10% da população da península) estavam mortos, feridos ou desaparecidos. LeMay calculou que cerca de dois milhões de fatalidades haviam ocorrido no Norte. Trinta e sete mil americanos, aproximadamente, morreram em combate.
Após toda esta devastação, e muito depois de se tornar qevidente que nem o Norte apoiado pelos chineses e pelos soviéticos, nem o Sul apoiado pelos americanos podia vencer em definitivo, os dois lados concordaram com um armistício. Em 27 de julho de 1953, o conflito chegou ao fim."

Anna Fifield, O Grande Sucessor (ed. Casa das Letras)

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