Aqui ficam a primeiras linhas do Prólogo de Na Esfera do Mundo, o IV volume da História de Portugal de António Borges Coelho:
«Uma força social poderosíssima arrastava para fora de Portugal homens aos milhares, poucas mulheres. Eram homens de 50 soldos, esfarrapados e descalços, pescadores, marinheiros, artesãos ligados à construção naval e ao fabrico das armas, mercadores, escudeiros, fidalgos, clérigos. A torrente carreava para dentro riqueza de fora: as drogas, o ouro, as pérolas, os têxteis; aumentava dentro o número dos escravos de África, da Ásia e da América; atraía europeus. As formas, os cheiros, os sabores chegavam nas velas e nos corpos. Aumentava o tráfego à escala do mundo. Recorria-se ao crédito, iniciava-se a corrida ao padrão de juro. Os campos perdiam mão-de-obra jovem, crescia o número das viúvas».
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