quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Viver e morrer nos cárceres do Santo Ofício
"Escrever no cárcere era, seguramente, uma prática só ao alcance de alguns. Não só pelo elevado índice de analfabetismo como também por, entre os que sabiam ler e escrever, haver uma maioria que o fazia de forma meramente residual e, consequentemente, não tinha qualquer aptidão para se dedicar à literatura ou a qualquer forma erudita de escrita. Mais rara era a prática do desenho. Antes, a partir das Notícias Recônditas, já se fez alusão a imagens inscritas nas paredes dos cárceres."
Manuel Fernandes Vila Real, antigo cônsul de Portugal em França preso em 1649 acusado de judaísmo e proposições, dedicou-se "não apenas a escrever contraditas como também a pintar as paredes do cárcere, acabando por tapar os buracos utilizados para se vigiar os presos. Segundo o seu próprio testemunho: 'com a gordura da carne, lixo da casa e caliça formara um betume com que tapava os buracos das estacas e outros que havia nas paredes, para melhor pintar e escrever coisas por passatempo'"
Isabel Drumond Braga
Viver e Morrer nos Cárceres do Santo Ofício
esfera dos livros
375 páginas
3 estrelas
(opinião formada a partir da leitura de excertos)
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