«No monte fronteiro a Erevan ergue-se um monumento a Stalin. O gigantesco marechal de bronze avista-se de todos os lados. Se um astronauta vindo de um longínquo planeta visse este gigante eráceo, elevando-se por cima da capital arménia, perceberia de imediato que grande e terrível potentado o monumento celebra. Stalin enverga um capote comprido de bronze, tem um boné militar na cabeça, a sua brônzea mão está enfiada sob a lapela do capote. Com as pernas como que em movimento, sugere um passo vagaroso, pesado, regular – a passada do patrão, do soberano do mundo, que não tem pressa. Ergue-se dele uma combinação estranha, aflitiva: aquela expressão de força que só um deus pode possuir, de tão enorme que é; e também uma manifestação do rude poder terreno – de soldadesca, de burocracia.
É claro, este majestoso deus do capote é uma excelente
escultura de Merkúrov. Provavelmente, a melhor obra do escultor e, talvez, o
melhor trabalho monumental da nossa época. É o monumento a uma época, a de
Stalin. Parece que as nuvens tocam a cabeça do líder. A figura de corpo inteiro
de Stalin tem 17 metros de altura. A estátua, juntamente com o pedestal,
eleva-se a 78 metros do chão. Quando o monumento estava a ser montado e os
fragmentos do gigantesco corpo de bronze estavam deitados no chão, os operários
passavam, sem encolherem as cabeças, por dentro da perna oca de Stalin.»
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