A loja-mãe da editora de álbuns de arte é um local de peregrinação para amantes de livros. Está localizada, desde 1985, no 31 West da Rua 57. Também em NY o Comilão teve oportunidade de visitar a Strand Bookstore, que se gaba de ter '18 milhas [quase 30 km] de livros novos, usados, raros e esgotados'. Por incrível que pareça, o Comilão achou que a Strand tinha demasiados livros, o que torna difícil encontrar alguma coisa. E, quando se encontra, há tantas edições diferentes que se torna difícil optar.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
O bife do lombo de sábado à noite
Foi um dos bons bifes que o Comilão já comeu. A peça, na vitrina do talho do Continente do Cascaishopping, tinha óptimo aspecto. O Comilão pediu dois bifes de 200 gramas (a 25€ o kg, ficou a cerca de 9€). E revelaram-se uma maravilha. Modo de confecção:
Aquecer bem um pouco de margarina na frigideira. Noutra frigideira à parte aquecer mais margarina (para o molho). Colocar o alho esmagado e louro. Deixar fritar. Esperar que a primeira frigideira esteja bem quente para pôr os bifes, um de cada vez, temperados só na altura de irem para o lume, com sal grosso e pimenta preta moída no momento. Deixar cerca de trinta segundos de cada lado. Para o molho, quando os alhos já estiverem alourados, juntar os cogumelos (quatro ou cinco partidos em pedacinhos pequenos). Quando os cogumelos já estiverem quase, juntar as natas (ligeiras). Como o molho ficou muito branco, o Comilão passou o molho para a frigideira dos bifes (onde só restava algum suco dos próprios). Resultou: o molho de natas e cogumelos adquiriu um tom castanho bonito. Cuidado para não ficar demasiado espesso.
Acompanhou com salada mista e batatas fritas (feitas na fritadeira Actifry). Estava uma maravilha, sobretudo devido à grande qualidade da carne, que o molho não estragou - na opinião do Comilão, pelo contrário (já a mulher do Comilão ficou com algumas dúvidas).
Aquecer bem um pouco de margarina na frigideira. Noutra frigideira à parte aquecer mais margarina (para o molho). Colocar o alho esmagado e louro. Deixar fritar. Esperar que a primeira frigideira esteja bem quente para pôr os bifes, um de cada vez, temperados só na altura de irem para o lume, com sal grosso e pimenta preta moída no momento. Deixar cerca de trinta segundos de cada lado. Para o molho, quando os alhos já estiverem alourados, juntar os cogumelos (quatro ou cinco partidos em pedacinhos pequenos). Quando os cogumelos já estiverem quase, juntar as natas (ligeiras). Como o molho ficou muito branco, o Comilão passou o molho para a frigideira dos bifes (onde só restava algum suco dos próprios). Resultou: o molho de natas e cogumelos adquiriu um tom castanho bonito. Cuidado para não ficar demasiado espesso.
Acompanhou com salada mista e batatas fritas (feitas na fritadeira Actifry). Estava uma maravilha, sobretudo devido à grande qualidade da carne, que o molho não estragou - na opinião do Comilão, pelo contrário (já a mulher do Comilão ficou com algumas dúvidas).
(este é à portuguesa)
Storik
Há um post anterior que se chama Tenebrae. Não sei se 'tenebroso' será o adjectivo adequado para descrever o jantar no Storik...
O Comilão tinha avisado. O nome não augurava nada de bom. O conceito também não: comida de fusão alsaciana, 'cozinha de autor', todos esses lugares-comuns. Ainda para mais, um restaurante recente. Estavam criadas todas as condições para um jantar desastroso. Mas ninguém quis dar ouvidos ao Comilão, que sugeriu ir comer um belo bife ao Café Buenos Aires (já que não pode ir a Buenos Aires).
Ao início estivemos no bar a beber umas cervejas. Até aí muito bem. A imperial estava boa. O problema veio a seguir. Ou melhor: após uns bons 15/ 20 minutos apareceu um pãozinho quente. Parece que o de azeitonas era bom. A entrada de salada com chèvre gratinado também não estava má. Depois vieram as flammes: para o Comilão e sua mulher flamme de champignons (cogumelos, cebola, bacon) e flamme de rúcula e azeitonas. Ambas frias. Alguém as descreveu como cream crackers (vulgo bolachas de água e sal) com recheio por cima, e não anda muito longe da verdade. Para sobremesa, um petit gâteau. Banal, também frio e com uma bola de gelado de morango porque a baunilha tinha acabado. Imperdoável.
Storik
Comida alsaciana
Rua do Alecrim (lado direito de quem sobe)
especialidade: flammes
Preço: 20 euros
Nota do Comilão: 2 estrelas (mas havia lá umas pessoas muito satisfeitas)
O Comilão tinha avisado. O nome não augurava nada de bom. O conceito também não: comida de fusão alsaciana, 'cozinha de autor', todos esses lugares-comuns. Ainda para mais, um restaurante recente. Estavam criadas todas as condições para um jantar desastroso. Mas ninguém quis dar ouvidos ao Comilão, que sugeriu ir comer um belo bife ao Café Buenos Aires (já que não pode ir a Buenos Aires).
Ao início estivemos no bar a beber umas cervejas. Até aí muito bem. A imperial estava boa. O problema veio a seguir. Ou melhor: após uns bons 15/ 20 minutos apareceu um pãozinho quente. Parece que o de azeitonas era bom. A entrada de salada com chèvre gratinado também não estava má. Depois vieram as flammes: para o Comilão e sua mulher flamme de champignons (cogumelos, cebola, bacon) e flamme de rúcula e azeitonas. Ambas frias. Alguém as descreveu como cream crackers (vulgo bolachas de água e sal) com recheio por cima, e não anda muito longe da verdade. Para sobremesa, um petit gâteau. Banal, também frio e com uma bola de gelado de morango porque a baunilha tinha acabado. Imperdoável.
Storik
Comida alsaciana
Rua do Alecrim (lado direito de quem sobe)
especialidade: flammes
Preço: 20 euros
Nota do Comilão: 2 estrelas (mas havia lá umas pessoas muito satisfeitas)
Paris: três momentos livrescos (2007)
Shakespeare and Company, a diminuta livraria que se atreveu a publicar o Ulisses de James Joyce; interior da Galignani, na Rue de Rivoli, a primeira livraria inglesa na europa continental (onde o Comilão e sua mulher adquiriram um Fantod Pack do Edward Gorey com baralho de tarot); belo exemplar de livro de falcoaria (Traité de Fauconnerie, de H. Schlegel e A.H. Verst de Wulverhorst, 1844-53) na montra de um antiquário livreiro a caminho do Palácio do Luxemburgo, onde estava uma magnífica exposição de G. Arcimboldo. A ilustração representa o 'gronelandês', o falcão branco.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Tenebrae
Influenciado pelo ensaio de Huxley (vide infra), o Comilão foi à procura de música de Carlo Gesulado. E encontrou o álbum Tenebrae, pelo tão apreciado Hilliard Ensemble. Tinha o selo 'Discoteca Ideal Fnac'.
p.s.: ontem o Comilão encontrou na sua modesta colecção particular um disco, também da ECM, que faz um belo contraponto a este Tenebrae. Não por acaso chama-se Lux Aeterna e, de facto, tem momentos em que por alguma razão misteriosa a harmonia das vozes faz lembrar luzes a acender-se.
p.s.: ontem o Comilão encontrou na sua modesta colecção particular um disco, também da ECM, que faz um belo contraponto a este Tenebrae. Não por acaso chama-se Lux Aeterna e, de facto, tem momentos em que por alguma razão misteriosa a harmonia das vozes faz lembrar luzes a acender-se.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Ervilhas com ovos escalfados
O Comilão cozinhou as suas famosas e suculentas ervilhas com ovos escalfados. É uma receita simples: faz-se um refogado com cebola, azeite, alho e tomate pelado. O segredo é a entremeada (cerca de 150-200 gr. por pessoa), que liberta uma gordura gostosa. Frita um bocadinho. Depois juntam-se as ervilhas e deita-se, por esta ordem, polpa de tomate, mais azeite, uma pitada de sal extra, vinho branco. Deixa-se apurar. Envolve-se bem. Aí ao fim de meia-hora (a contar do início), juntam-se os ovos e depois coentros picados. Espera-se aí uns dez minutos, com a panela tapada, claro, para cozinharem. Acompanha com arroz branco e salada de alface, rúcula ou agrião com cebola em rodelas transparentes. Foi pena a linguiça (que não foi mencionada, mas pode entrar com a carne ou logo no refogado) não ser da melhor qualidade. Uma farinheira frita deve combinar bem.
Para a sobremesa o Comilão preparou uma coisa um pouco mais sofisticada: corou uma pêra cortada aos pedacinhos em manteiga sem sal, juntando açúcar mascavado, até caramelizar, um borrifo de balsâmico e um toque de moscatel roxo no final. Depois colocou as pêras sobre uma torta de Azeitão e serviu com gelado de baunilha. Salpicou com topping de chocolate Alsa ou Royal. Ficou guloso. Foi comer até arrebentar!
Para a sobremesa o Comilão preparou uma coisa um pouco mais sofisticada: corou uma pêra cortada aos pedacinhos em manteiga sem sal, juntando açúcar mascavado, até caramelizar, um borrifo de balsâmico e um toque de moscatel roxo no final. Depois colocou as pêras sobre uma torta de Azeitão e serviu com gelado de baunilha. Salpicou com topping de chocolate Alsa ou Royal. Ficou guloso. Foi comer até arrebentar!
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Os perigos da religião
Só há uma coisa tão perigosa quanto o fanatismo religioso: a total ausência de crença no transcendente
(será que já alguém disse ou escreveu isto?)
(será que já alguém disse ou escreveu isto?)
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Huxley, Complete Essays
O autor de Admirável Mundo Novo foi também um notável ensaísta. O Comilão acabou ontem de ler o vol. V dos Complete Essays, que inclui o texto 'The Doors of Perception'. O volume abre com uma longa dissertação sobre o filósofo francês Maine de Byran (1766-1824).
«François-Pierre Gontier de Biran, mais tarde conhecido (após a herança de uma propriedade chamada Maine) como François-Pierre Maine de Biran, nasce a 29 de Novembro, 1766, na cidade capital da velha província do Perigord, onde a sua família, notável sem na realidade ser nobre, havia durante três séculos desempenhado um papel importante na sociedade e política locais. [...] O seu pai exercia como médico na dita cidade e geria as propriedades da família nas redondezas. Educado em casa e mais tarde no colégio dos Doutrinaires em Périgueux, o jovem Biran recebeu uma educação setecentista esmerada em Latin, Grego, e matemática. Aps 18 anos entrou na Guarda Real e tornou-se um jovem cosmopolita e da sociedade. 'O que o mundo chama prazer [...] tudo eu saboreei'. Saboreou-o durante cinco anos. Depois veio 1789». (pág. 38)
As 'Portas' são o ponto alto. Não se limita a uma descrição de uma experiência com drogas (mescalina). Huxley reflecte sobre como os nossos sentidos se encontram em estado de permanente atrofiamento e como a educação está dominada pela escrita e pela comunicação verbal, defendendo uma técnica inovadora de treino da visão. De facto, as imagens estão por todo o lado e a visão é porventura o nosso sentido mais 'indispensável', mas nada fazemos para o desenvolver. O conjunto de ensaios dedicados à religião e crítica social são talvez os que mais desgaste sofreram com o tempo. Os capítulos finais, sobre El Greco, Goya, Piranesi e Toulouse-Lautrec encontram-se repletos de informações fascinantes. Mesmo quase a fechar, o 'Gesualdo - Variations on a Musical Theme', em que o Comilão não depositava grande expectativa, revela-se afinal uma pérola.
Aldous Huxley
Complete Essays, vol. V
Ivan R. Dee Editor
456 págs., 7€ na Fnac (em época de promoções, anteriormente andava pelos €40, sendo que o preço indicado na capa é de USD $35.00)
Nota do Comilão: 4 estrelas
Aldous Huxley
Complete Essays, vol. V
Ivan R. Dee Editor
456 págs., 7€ na Fnac (em época de promoções, anteriormente andava pelos €40, sendo que o preço indicado na capa é de USD $35.00)
Nota do Comilão: 4 estrelas
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