É sobejamente conhecida a definição de clássico proposta por Italo Calvino: «Um clássico é um livro que nunca acaba de dizer o que tem a dizer». Tornou-se ela própria um clássico. E, de tão citada, acabou por perder alguma da sua força e do seu significado.
Pois também eu tenho refletido sobre o assunto e cheguei a outra conclusão:
Um clássico é um livro cujo conteúdo toda a gente conhece, mesmo quem não o leu. Diria mesmo mais: sobretudo quem não o leu. Porque esses têm uma ideia esquemática e estabilizada, enquanto quem leu tem uma ideia de proximidade, mais escorregadia e menos hierarquizada, que habitualmente obsta a essas generalizações, definições e conceitos.
É um pouco como se uns conhecessem o mapa e os outros tivessem andado mesmo no território.
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