segunda-feira, 7 de maio de 2018

As minhas sandes

Uma boa sandes é preferível a uma refeição quente má (ou mesmo mediana).

Esta leva manteiga, paio de porco preto, queijo fatiado e salada temperada com um fio de azeite. Às vezes ainda coloco orégãos, o meu ingrediente secreto.

Há quem se esqueça do óbvio: para uma boa sandes é fundamental ter um bom pão. E este é-o sem dúvida - o pão da pastelaria Delícia, em Bicesse.




Os benefícios do açúcar


«Foi Cornelius de Jong quem me chamou a atenção para o número de museus notáveis, como o Mauritshuis de Haia ou a Tate Gallery de Londres, que nasceram graças às doações das dinastias do açúcar ou que estão de algum modo ligados ao comércio do açúcar. O capital acumulado nos séculos XVIII e XIX graças a várias formas de economia esclavagista, disse De Jong, continua a circular entre nós, protege interesses e juros, cresce e multiplica-se, com força para florescer sempre de novo. Um dos meios comprovados de legitimar este tipo de dinheiro sempre foi a promoção das artes, a compra e exposição de objetos artísticos e, como hoje se pode observar, a constante escalada dos preços, já a raiar o grotesco, nos grandes leilões, disse De Jong. A marca dos cem milhões por metro quadrado de tela pintada em breve será ultrapassada. Ocorre-me por vezes, disse De Jong, que todas as obras de arte estão cobertas de um glacé de açúcar, ou mesmo que são inteiramente feitas de açúcar como a maqueta da batalha de Esztergim, criada por um confeiteiro vienense, que a imperatriz Maria Teresa, ao que se diz, no meio de uma das suas frequentes crises de neurastenia, comeu sem deixar uma migalha».
W. G. Sebald, Os Anéis de Saturno, p 190