terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A língua não é uma peça de museu


Vejo, leio e oiço muitos disparates sobre o Acordo Ortográfico. Importa pois combater preconceitos injustificados, narcisismos extravagantes e ideias (mal) feitas.

Essencialmente, acho que não podemos ter uma perspectiva museológica sobre a língua. A língua (que tem o nome de um órgão humano que, por acaso, até é o mais forte dos nossos músculos) não deve ser fechada numa vitrina para poder ser contemplada, tentando preservar-se para as gerações futuras com o mínimo dano possível. A língua não é uma criação perfeita e acabada, é um organismo vivo, que muda, se actualiza e se enriquece. Não tentemos mumificá-la ou transformá-la numa peça de museu. E, acima de tudo, não tenhamos a pretensão de julgar que o nosso português é superior ao do Brasil.

2 comentários:

  1. É um assunto sobre o qual não tenho uma postura definida. A língua muda, seguramente, mas não é claro que essa mudança se deva fazer por decreto. Mas o que realmente me desagrada é ciosas como "fato" que realmente não fazem qualquer sentido. Por outro lado, Angola e Moçambique não gostam do acordo e não se sabe se o vão ratificar pelo que na verdade ele não está em vigência.
    Agora se o acordo significasse que o mercado livreiro se alargava a toda a lusofonia isso seria positivo mas não creio que uma coisa implique a outra.

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  2. Frank, mas se não se mudar por decreto muda-se como? Por acordo verbal? Penso que todas as reformas ortográficas têm sido implementadas assim

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