O Baixamar é um velho conhecido do Comilão. A sua 'bicha' de polvo e camarão, uma espetada que também leva cebola, churiço e pimento e vem acompanhada de aziete quente com alho, para regar, é um pitéu delicioso. O dono do restaurante, como seu sentido de humor que nem todos apreciam, aproveita sempre para fazer uma piada. Quando lhe perguntam o que é a bicha, pode dizer, com o seu sotaque algarvio: 'Aqui a bicha é uma espetada de polvo e camarão, que traz azeite quente com alho à parte. Mas não sei o que é para os senhores, que eu cá não gosto de me meter na vida dos outros'.
O Comilão também é fã das amêijoas à Bulhão Pato (receita tradicional, com alho e coentros), tal como era do bife com pimenta preta, que já não existe. Na mais recente refeição no Baixa-Mar provámos o Petisco de polvo-rei, com pimentos e natas, combinação aparentemente duvidosa, mas que resulta muito bem (o dono disse-nos que Rosa Lobato de Faria dedicou um poema ao dito petisco). Para a mesa vieram ainda uns bifinhos de frango grelhados (para as crianças), também bastante bons.
Para quem gosta, há uma sopa de peixe, que o Comilão nunca provou. O espaço é agradável, tipo edifício de pato bravo, com mosaico de cozinha por todo o lado, mas decorado com algum cuidado (gravuras de baleias nas paredes) e boa amesendação.
Concluindo: comida bem trabalhada, boas matérias-primas, receitas originais dentro da tradição. Agora vem o senão: sem ser exorbitante, o Baixa-Mar é um restaurante careiro, praticando preços bastante mais altos do que a concorrência. A bicha, por exemplo, custa 15,5 euros, mas é um must da casa. A última refeição ficou por 62 euros (três pessoas).
Baixa-Mar (também conhecido por restaurante da bicha)
Avenida Duarte Pacheco, Santa Luzia
classificação do Comilão: 3,5 estrelas
veredicto: bom mas relativamente careiro
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