Para começar aloura-se os chocos com alho, cebola e tiras de pimento encarnado. Ao fim de algum tempo junta-se tomate (só usei do natural. Há quem tire as grainhas e a pele, o que acho um trabalho desnecessário), cobre-se tudo com batatas às rodelas (como se vê na foto, tipo cozidas) e tapa-se. A tampa de vidro dá muito jeito para ir acompanhando o evoluir da confecção.
Pode-se temperar, além do sal, com louro e, perto do final, vinho branco. Ah, e pus também umas rodelinhas de chouriço de porco preto para dar mais sabor, o que fixou muito bem.
No final pode também levar um bocadinho de coentros por cima (se se gostar).
Estava muito bom. Claro que é fundamental a qualidade dos chocos e estarem bem arranjados. Neste caso, comprei-os no mercado de Algés.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
O corcunda de Veneza
Emprestei o meu exemplar a um amigo no dia do seu casamento, pois ele ia passar a lua de mel a Itália, e ainda não o recebi de volta. Falo de Veneza, o livro belíssimo de Jan Morris editado em Portugal pela Tinta da China (na colecção de viagens dirigida pelo Carlos Vaz Marques).
Hoje encontrei no meu bloco de apontamentos estes dois trechos curiosos:
«Para alguns venezianos, um corcunda ainda significa boa sorte» (p. 109)
«A própria basílica de S. Marcos é um edifício bárbaro, semelhante a um grandioso pavilhão de diversões mongol ou a uma fortaleza do Turquistão» (p. 122)
Hoje encontrei no meu bloco de apontamentos estes dois trechos curiosos:
«Para alguns venezianos, um corcunda ainda significa boa sorte» (p. 109)
«A própria basílica de S. Marcos é um edifício bárbaro, semelhante a um grandioso pavilhão de diversões mongol ou a uma fortaleza do Turquistão» (p. 122)
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Snack Al Bahriya, Marraquexe
É difícil, quando andamos no estrangeiro, encontrarmos um local genuíno, fora dos circuitos turísticos, daqueles que são realmente frequentados pelos nativos. Pois bem, o Snack Bahria é um desses locais. Demos com ele quando andávamos por Guéliz (cidade nova) à procura de um sítio para jantar. Com grande oferta de peixe e de mariscos numa montra, tem a vantagem evidente de se poder apontar e pedir o que se quer. Foi uma boa refeição à base de pão, pimentos, calamares e camarão frito. Boa qualidade e preços contidos.
Aqui ficam o link para a entrada no tripadvisor:
http://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g293734-d2439966-Reviews-Al_Bahriya-Marrakech_Marrakech_Tensift_El_Haouz_Region.html
Aqui ficam o link para a entrada no tripadvisor:
http://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g293734-d2439966-Reviews-Al_Bahriya-Marrakech_Marrakech_Tensift_El_Haouz_Region.html
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Paco
Aqui fica uma singela homenagem ao nosso querido Paco, bom companheiro de muitos anos, que nos deixou no dia 26 de Março.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Ugolino (Dante, A Divina Comédia)
O meu irmão contou-me esta história horrível há uns anos e fiquei muito impressionado. Ugolino della Gherardesca, conde de Donoratico, conspirou a favor dos guelfos contra Pisa. Em 1288 os guibelinos venceram e encerraram-no numa torre, onde o deixaram a morrer à fome com dois filhos e dois netos.
Aqui ficam os versos de Dante (traduzidos por Vasco Graça Moura), canto XXXIII:
Quando chegou mais tarde um raio estreito
ao cárcere dolente, descobri
em quatro rostos o meu próprio aspeito,
e ambas as mãos de louco mordi;
crêem eles que a vontade já me arroja
de algo comer, e se erguem logo ali,
dizendo: «Pai, bem menos nos anoja
que de nós comas: e se nos vestiste
destas míseras carnes nos despoja.»
Aqui ficam os versos de Dante (traduzidos por Vasco Graça Moura), canto XXXIII:
Quando chegou mais tarde um raio estreito
ao cárcere dolente, descobri
em quatro rostos o meu próprio aspeito,
e ambas as mãos de louco mordi;
crêem eles que a vontade já me arroja
de algo comer, e se erguem logo ali,
dizendo: «Pai, bem menos nos anoja
que de nós comas: e se nos vestiste
destas míseras carnes nos despoja.»
Ugolino e os Seus Filhos (Jean-Baptiste Carpeaux, 1860-1867, Metropolitan Museum, Nova Iorque)
Páteo Antico
spaghetti allo scoglio
Conheço há alguns anos este simpático restaurantezinho italiano em Paço de Arcos, mas até à última visita só tinha comido o bife do lombo (será filetto rossini?).
Desta vez fomos para os pratos do dia: ossobucco com salada de pasta fresca e uma pasta tipo spaghetti allo scoglio, com molho de tomate e frutos do mar (camarão, amêijoas, mexilhão). O ossobucco estava muito bom (uma carne muito macia, quase gelatinosa) e ligava bem com a salada fria, embora a proporção carne/salada pendesse demasiado para a segunda, o que implicou que houvesse demasiada massa e pouca 'substância' no almoço.
o ossobucco com salada fria de pasta fresca
Para sobremesa, uma boa tarte de limão merengada e café servido num copinho, com 'açúcar fluido' (o empregado explicou que é misturado numa solução com café para se dissolver mais facilmente. Uma mariquice com alguma graça).
a tarte de limão merengada
Em todo o caso, um almoço agradável, boa comida italiana, num local muito simpático e bonito.
Páteo Antico
Praça da República, 6 - Paço de Arcos
Tel.: 21 442 89 24
refeição para duas pessoas c. 60 euros
3 estrelas
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Mais histórias insólitas
Cervantes perde o braço esquerdo na batalha naval de Lepanto. No regresso a Espanha, o barco em que viaja é atacado por piratas. O escritor passa cinco anos cativo na Argélia (46/47)
Proust passa os últimos anos de vida na cama e aí escreve Em Busca do Tempo Perdido. A essa vontade irresistível de ficar na cama chama-se clenofilia. Dela trata também o romance russo Oblomov - o Magnífico Preguiçoso, de Ivan Goncharov. (59)
Dez Figuras Negras, um dos romances mais populares de Agatha Christie, e o politicamente correcto (87)
Uma frase da rainha do policial:
«Um arqueólogo é o melhor marido possível, pois quanto mais a mulher envelhece, mais ele se interessa por ela»
Os fabricantes de charutos apreciavam ouvir O Conde Montecristo enquanto enrolavam as folhas de tabaco, a ponto de pedirem a Dumas autorização para dar esse nome a uma marca de charutos. A qual é concedida (91)
As leituras intermináveis de Flaubert para escrever Salambô
D.H. Lawrence dactilografa O Amante de Lady Chaterly a vermelho (96)
Estranhas profecias, incluindo um romance que parece retratar na perfeição o desastre do Titanic, contando a história de um super-navio que embate num icebergue (100-102)
Abdul Kassem Isma'il tem biblioteca de 117 mil volumes da qual nunca se separa. Imagina que, se viajar, a levará em 400 camelos dispostos por ordem alfabética
Graham Greene leva uma vida de risco, chegando a jogar à roleta-russa (122)
(tirado de Marc Lefrançois, Histoires Insolites des Écrivains et de la Littérature)
Retrato de Miguel de Cervantes por Juan de Jauregui y Aguilar
Proust passa os últimos anos de vida na cama e aí escreve Em Busca do Tempo Perdido. A essa vontade irresistível de ficar na cama chama-se clenofilia. Dela trata também o romance russo Oblomov - o Magnífico Preguiçoso, de Ivan Goncharov. (59)
O quarto de Proust (Museu Carnavalet, Paris)
Dez Figuras Negras, um dos romances mais populares de Agatha Christie, e o politicamente correcto (87)
Uma frase da rainha do policial:
«Um arqueólogo é o melhor marido possível, pois quanto mais a mulher envelhece, mais ele se interessa por ela»
Os fabricantes de charutos apreciavam ouvir O Conde Montecristo enquanto enrolavam as folhas de tabaco, a ponto de pedirem a Dumas autorização para dar esse nome a uma marca de charutos. A qual é concedida (91)
As leituras intermináveis de Flaubert para escrever Salambô
D.H. Lawrence dactilografa O Amante de Lady Chaterly a vermelho (96)
Estranhas profecias, incluindo um romance que parece retratar na perfeição o desastre do Titanic, contando a história de um super-navio que embate num icebergue (100-102)
Abdul Kassem Isma'il tem biblioteca de 117 mil volumes da qual nunca se separa. Imagina que, se viajar, a levará em 400 camelos dispostos por ordem alfabética
Graham Greene leva uma vida de risco, chegando a jogar à roleta-russa (122)
(tirado de Marc Lefrançois, Histoires Insolites des Écrivains et de la Littérature)
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